Benefícios de uma alimentação saudável na infância
Além de oferecer comida feita em casa, é importante variar nos alimentos que serão oferecidos aos pequenos
Poucos pais e mães sabem que a alimentação inadequada na infância prejudica a vida adulta dos filhos. Estudos mostram, por exemplo, que crianças podem ter até o crescimento reduzido por conta do tipo de alimentação. E mais, doenças como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e muitos outros problemas podem ocorrer na idade adulta por conta da alimentação na infância, mesmo que se mudem os hábitos alimentares ao longo da vida. Sem contar tudo que pode acontecer com a saúde ainda na infância.
Os grandes vilões da alimentação infantil são os chamados ultraprocessados, os alimentos vendidos prontos ou semiprontos, as gorduras e o açúcar, principalmente. Eles podem ser exemplificados pelos conhecidos salgadinhos, biscoitos recheados, doces, balas, chocolates e todas as outras “besteiras” que conhecemos.
A tarefa de oferecer uma alimentação saudável não é simples, especialmente porque pais e mães precisam dar o exemplo, criar uma relação de prazer com a comida e, acima de tudo, oferecer comida feita em casa. A afirmação é da médica nutróloga, Valéria Goulart. A missão começa ainda nos primeiros dias de vida. Uma criança não nasce com o paladar formado. Por isso, precisamos oferecer tudo a ela, e mais de uma vez para descobrir do que gosta.
“Não vale enganar, forçar. E é preciso ter paciência para alimentar, pois cada um tem seu ritmo de comer”, explica a médica. Outra dica é envolver os pequenos no preparo das refeições e na elaboração do cardápio. Também é muito importante oferecer variedade a eles. “Quando já estão muito habituados com alimentos não saudáveis, como os achocolatados, o desmame não é fácil”, cita a médica que também é endocrinologista e especializada em medicina do esporte.
O que não pode faltar na alimentação dos pequenos?
Frutas, legumes, vegetais e verduras não podem faltar no prato dos pequenos. Vale a regra do quanto mais colorido melhor, mas sem recompensas ou chantagens. “A relação das crianças com a comida deve ser de prazer. Por isso é importante que os pais e mães comam juntos, sem telas ou celulares, e compartilhem o momento”, disse Valéria.
É fundamental também oferecer proteínas, que podem ser animais, como ovos e carnes, ou vegetais, como ervilha, soja, castanha e outros, pois vão ajudar a produzir enzimas e constituir a massa muscular. E vale lembrar os carboidratos, que dão energia. O melhor é escolher os carboidratos bons, integrais ou tubérculos. E incluir leite e derivados na dieta e as gorduras chamadas boas, como o azeite extra virgem, óleo de girassol e as gorduras de peixes, como atum e salmão.
Uma pesquisa mostrou que 97% dos chamados alimentos infantis vendidos nos supermercados não são saudáveis, usam corantes artificiais e açúcar em excesso. O mesmo vale para refrigerantes, em especial os à base de cola, e os sucos de caixinha, cheios de aditivos.
A médica nutróloga também faz um alerta na direção contrária, para lembrar que o excesso de preocupação com os critérios de beleza também pode provocar problemas: anorexia, bulimia e outros transtornos alimentares. ”Uma alimentação muito restritiva para evitar a obesidade pode desencadear outros problemas nas crianças.”