Ensino e aprendizagem

Socorro! Meu filho está com dificuldade em Língua Portuguesa!

Estimular a criança a usar o idioma com os temas que ela gosta facilita o aprendizado.

Quando os filhos já estão alfabetizados e a escola deixa de ser apenas um espaço para a interação e diversão, os pais começam a ficar preocupados de fato com a aprendizagem e a performance acadêmica dos filhos. E as dificuldades, claro, surgem, lembrando inclusive as enfrentadas pelos próprios pais no passado. E uma das que mais preocupa pais e mães é a dificuldade em Língua Portuguesa.

Mas será que é tão simples diagnosticar a dificuldade do filho na hora de aprender a língua natal? Nem sempre. As notas, obviamente, são um termômetro, mas não o único. Os pais devem ficar atentos ao que se chama de uso do idioma no dia a dia.

Como perceber dificuldades

Uma boa dica para perceber se o filho está com dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa é observar no dia a dia como a criança lê placas de sinalização, observa informações nos rótulos do produto que consome, se é capaz de escolher um item para consumo no cardápio do restaurante ou até mesmo no supermercado.

“Gosto sempre de sugerir aos pais que criem o hábito de deixar bilhetes aos filhos, no papel mesmo, ou em uma lousa em casa, solicitando que respondam por escrito também, assim dá para ver a capacidade de compreensão e de expressão da criança em Língua Portuguesa”, explica a professora Juliana Nemitz, graduada em Pedagogia com mais de 10 anos em experiência com crianças em fase de alfabetização.

Na visão de Juliana, é preciso estimular a criança a usar o idioma com os temas que elas gostam. “Às vezes, os pais gostam de esporte e querem que a criança use a Língua Portuguesa em assuntos relacionados ao tema, mas não é o que ela gosta, então não funciona. Se a criança gosta de super heróis, provoque o uso com esse tema, se gosta de games, não importa”, diz a professora Juliana.

Já a educadora Rejane Mastromauro sugere que os pais utilizem jogos de tabuleiro, brincadeiras descomprometidas, games digitais, estímulos na leitura e escrita de letras e códigos, e principalmente na oralidade. Tudo isso, na visão de Rejane, “facilita o caminhar dessa criança no mundo encantado da aprendizagem da língua materna, onde cada descoberta tem um sabor especial para aquele que ensina e para aquele que aprende.”

O velho temor da gramática

Grande parte da preocupação dos pais deriva do seu próprio passado escolar. O temor da gramática assolou muitos estudantes no passado, especialmente por causa do grande número de regras a serem assimiladas. “Hoje pensa-se muito no lúdico, as crianças aprendem através de brincadeiras e desde muito pequenas lidam com tempos verbais, sujeito e predicado.”

Na visão de Juliana Nemitz, de uns dez anos para cá, a partir do acordo ortográfico de 2009, a gramática vem sendo vista de outra maneira e é perceptível a diferença nas crianças que já foram alfabetizadas depois da mudança. Elas assimilaram as novas regras e demonstraram mais facilidade.

No entanto, o papel dos pais é observar e procurar a escola para analisar uma eventual dificuldade do filho. Para a educadora Rejane, “cabe aos professores, que são os mediadores dessa aprendizagem, reforçarem aquilo que ainda não foi assimilado”. Só os professores podem retomar um assunto abordado em sala de aula quantas vezes forem necessárias, pois essa intervenção tem um peso diferente para essa criança que está em pleno desenvolvimento.

Aproveite para conhecer os cursos da Academia Klug e como podemos ajudar as crianças a desenvolver autonomia e conhecimento sobre Língua Portuguesa.