Educação de filhos

Socorro! Meu filho escreve mal…

É importante que os estudantes treinem e sejam incentivados

No passado, a gente escrevia muito mais do que hoje, certo? Errado! Pais e mães se enganam quando pensam que no tempo deles escrevia-se mais do que hoje. Em volume de texto, jovens de hoje se comunicam muito mais, pois trocam mensagens de texto o dia todo. No passado, a gente escrevia à mão porque era a única forma de se comunicar, não havia o aparato tecnológico que temos hoje, como gravador de voz, mensagem de texto instantânea, chamada de vídeo e por aí vai.

A diferença é que os jovens de hoje escrevem muito mas, quase sempre, de maneira econômica e não respeitam a norma culta da Língua Portuguesa. Por isso, é verdade, escrevem mal.

Mas, então, como fazer as crianças escreverem bem? Continue nos tópicos para conferir dicas de profissionais e responsáveis para investir na educação das crianças.

Valorize a comunicação e a prática

O primeiro passo é mostrar às crianças e jovens que existem outras formas de comunicação, que não o bate-papo informal entre elas. “Elas precisam saber que têm o direito de aprender a se comunicar na norma culta e não a obrigação. Direito porque é com a norma culta que elas terão acesso ao mundo”, afirma Elisa Marconi, profissional de educação que desde 2018 desenvolve oficinas de redação e aulas de aprofundamento em Língua Portuguesa para estudantes do Fundamental 2.

O grande dilema dos pais e mães, no entanto, é como levar filhos e filhas a essa compreensão. Na visão de Elisa, a criança e depois o jovem precisam entender que para se comunicar vale de tudo, do formal ao informal, mas cada coisa em seu lugar. “Para estimular, os pais e a escola precisam mostrar que, ao nos comunicarmos através da escrita, nos colocamos no topo da comunidade de falantes de Língua Portuguesa. A escrita também nos coloca na posição de autoria, somos capazes de expressar nossas ideias e, acima de tudo, nos torna ainda mais humanos, pois humanos são contadores de histórias por natureza”, explica.

E vale usar exemplos práticos de como a escrita pode nos levar longe, literalmente. “Sempre conto uma experiência pessoal, minha filha, aos 15 anos, seguia a Malala nas redes sociais e houve uma campanha para que jovens do mundo inteiro enviassem postais contando como era a educação em seu país. Minha filha enviou e foi escolhida para uma viagem ao México onde o tema seria debatido. Foi a mensagem escrita que a levou para aquela experiência”, afirma.

Estimule a leitura

Apaixonada pelo ensino de Língua Portuguesa desde a infância, Elisa vê magia no aprendizado e na apropriação do idioma. Ainda criança, foi a futura professora que alfabetizou o irmão mais novo. Mais tarde se tornaria professora particular de inúmeras crianças. Até hoje Elisa se encanta ao ver as crianças descobrirem os diferentes gêneros da literatura, se apropriarem da Língua e conseguirem dizer aquilo que querem e como querem por meio da palavra escrita.

Ao acompanhar jovens no Ensino Fundamental 2, Elisa destaca o momento em que eles percebem o lado abstrato da Língua, começam a ser capazes de escrever poemas e descobrem que a Língua é capaz de traduzir coisas delicadas e até sensoriais.

Um bom leitor nem sempre é uma pessoa que escreve bem, na visão da professora. Mas é claro que a leitura nos torna bons entendedores da Língua e nos dá segurança para escrever bem. Isso é fácil de notar em idiomas estrangeiros. Se não dominamos bem, não somos capazes de falar e nem escrever.

Mas não é preciso ser um devorador de livros. É melhor ler gibis, crônicas do que não ler nada. “Um gênero acaba levando a outro e a criança vai descobrindo aquilo que gosta, encontrando na leitura um ferramental para escrever”, finaliza.

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